segunda-feira, 13 de março de 2017

ATIVIDADE: "VERSOS ÍNTIMOS", DE AUGUSTO DOS ANJOS


1. Quem é o interlocutor do eu lírico no poema?
a) o leitor.
b) uma fera.
c) a pessoa amada.
d) um amigo.

 2. “Vês! Ninguém assistiu ao formidável/ Enterro de tua última quimera” os versos destacados exprimem:
a) uma constatação.
b) uma solução.
c) um questionamento.
d) uma hipótese.

3. De acordo com a primeira estrofe do poema:
a) O ser humano é solidário nos momentos difíceis.
b) O ser humano abandona os outros nos momentos difíceis.
c) O ser humano só pode contar com a lealdade dos animais.
d) O ser humano tem companheiros que lhe acompanham por toda vida.

4. “Acostuma-te à lama que te espera!”, o tom imperativo no verso expressa:
a) uma ordem.
b) um pedido.
c) um conselho.
d) um desejo.

5. No verso “Toma um fósforo. Acende teu cigarro!” a linguagem utilizada é:
a) formal.
b) coloquial.
c) científica.
d) culta.

6. Segundo o eu lírico o beijo antecede:
a) uma atitude de maior intimidade.
b) uma demonstração de afeto e cumplicidade.
c) um relacionamento baseado no desejo.
d) uma traição a exemplo do que ocorreu com Jesus.

7. Que sentimento demonstra o eu lírico nos dois últimos versos da primeira estrofe?

8. A decomposição da matéria é um dos temas constantes na poesia de Augusto dos Anjos. Transcreva um verso do poema que comprove tal afirmativa.

9. Retire do poema um verso que mostre uma visão pessimista da vida.

10. Como pode ser caracterizada a poesia de Augusto dos Anjos? 

[Fonte: Atividade elaborada pela Profª Márcia Oliveira.]

AUGUSTO DOS ANJOS - POEMAS



O poeta do hediondo

Sofro aceleradíssimas pancadas
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!

Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultrainquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas! 

Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...


Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto! 





Versos íntimos


Vês?! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera - 
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!





Vandalismo

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos…

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!